Com o objetivo de contribuir na formação dos novos condutores de veículos da capital, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana lançou na manhã desta terça-feira (29), o projeto “Primeiros Passos de um Motorista”. O projeto visa resgatar os princípios e valores do respeito ao próximo como ferramenta primordial para melhorar a qualidade de vida no trânsito. “Com este lançamento, Cuiabá se torna o primeiro município brasileiro a contribuir na formação de um novo condutor. Um projeto pioneiro”, destacou o secretário de Mobilidade Urbana, Thiago França.
O projeto foi desenvolvido pela equipe de Educação no Trânsito da Semob, que também conduzirá o seu desenvolvimento junto aos Centros de Formação de Condutores através de palestras, que serão inseridas durante as aulas teóricas do processo de habilitação. A equipe atenderá mais de 50 auto escolas da capital.
O secretário ainda falou da relevância do desenvolvimento do projeto para a formação dos novos condutores. Ele pontuou que as aulas foram elaboradas com base na ‘educação’ como ferramenta principal para diminuir o número de acidentes.
“A elaboração deste projeto se deu pelo que vivenciamos no nosso dia a dia. Conseguimos enxergar quais as carências. Qual a raiz do problema. Hoje, sabemos que não adianta somente aplicar a multa e não educar. Então, a base do projeto é levar a esses novos condutores uma mensagem relativa a segurança no trânsito, noções de cidadania, quais as principais infrações que são cometidas no trânsito da capital. Além de aproximá-los dos agentes. Essa interação é importante para desmitificar essa imagem equivocada que a sociedade tem de que o agente está ali somente para punir. E acima de tudo, o projeto vem para contribuir com um trânsito mais digno, humano, visando sempre a redução de acidentes e assim a preservação de vidas.”
Na ocasião, Thiago também lembrou da importância que é para este tipo de ação, a união dos órgãos gestores do trânsito. “Se formos olhar pela ‘força de lei’ seria de primeira competência do Detran. Mas se pensarmos assim, não vamos chegar a nenhum lugar. Nós sabemos que a maioria dos problemas de trânsito acontecem na cidade e nós como gestores de trânsito é que sentimos esses problemas, com os acidentes, os custos deles, o impacto na saúde pública, os deslocamentos dos nossos agentes. Então, se ficarmos esperando só o outro lado fazer algo, vamos falhar com nossa população. Um das partes mais importantes para alcançarmos os resultados, é esse: a união. Todos abraçarmos a causa e seguirmos nesta luta pela vida”, disse.
A solenidade de lançamento do projeto contou com presença do controlador-geral do município, Marcelo Bussiki, da secretária-adjunta de Mobilidade Urbana, Anna Regina Feuerharmel, do superintendente da Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso, Arthur Nogueira, do gerente de Ações Educativas da Escola de Trânsito (Detran), José Eudes, do presidente do Centro de formação do Condutores de Mato Grosso, Rodrigo Graciano, da tenente coronel da Polícia Militar, Grasielle Bugalho.
Números
Segundo dados do Departamento Nacional do Trânsito (Denatran), há um crescimento constante no número de mortes por acidentes no trânsito nos últimos 14 anos. Só nos últimos dois anos foram registrados mais de 45 mil vítimas fatais, que representa um óbito a cada um minuto, e mais de 177 mil feridos. No ranking mundial, o Brasil está em 148º posição com um indicador de 22,5 óbitos por cada cem mil habitantes. Ultrapassando países como Chile, Argentina e México, com índices considerados menores, variando entre 14,7 e 12. Para atender todas estas ocorrências, o Brasil gasta mais de 16 bilhões de reais por ano.
“Se formos comparar, o trânsito no Brasil está matando mais que uma guerra. No Iraque morreram cerca de 37 mil pessoas em 8 anos”, exemplificou o supervisor de Educação no Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana, Marcus Garé.
No mundo, morrem todos os dias mais 3 mil pessoas e durante o ano mais de 1 milhão de vítimas fatais e 50 milhões ficam feridas.
Cuiabá
Segundo dados do Comitê pela Saúde no Trânsito de Cuiabá, no ano de 2014 foram identificados 69 acidentes, com um total de 77 óbitos. Um caso foi excluído por configurar-se como atípico, totalizando assim, 76 casos de acidentes fatais.
A maior parte das vítimas residia no município de Cuiabá, representando 92,1% dos casos. Os 7,9% restantes residiam no município de Várzea Grande. As vítimas residentes na capital eram predominantes do sexo masculino 61 (88,2%) em relação ao feminino 9 (11,8%). Já em Várzea Grande, a predominação foram os homens, com 100% dos casos.
Fonte: Prefeitura de Cuiabá