Acidentes ou Imprudência?

acidentes-ou-imprudenciaTodo o dia é quase a mesma coisa…
A vida acorda
e com “adaga” na mão,
lança o convite para um combate de vida e morte.

E como sempre
acreditamos que a intuição fará milagres.
Mesmo para o “condutor novato” mais desajeitado,
o problema assim definido,
por vezes simplifica-se.

E para aqueles “condutores” que já circularam o Sol,
um número significativo de vezes,
eis uma questão cuja resposta
só é fundada na sua experiência particular.

E assim o ato de dirigir perigosamente,
com falta de moderação, de precaução ou de cuidados de alguns…
…realmente torna o “assunto”,
um lugar interessante de visitar.

Mas,
como qualquer analogia,
é muito fácil ir longe demais com ela.
Então lá vamos nós!
Se você conduz um veículo embriagado – por etanol ou outra droga -,
se você não respeita os limites de velocidade das vias,
se você fala ao celular enquanto dirige,
se você não respeita as normas de trânsito – só para indicar algumas atitudes infelizes -,
e provoca colisões diversas…
… Isto será acidente?

Por vezes a mobilidade urbana tem a sua própria gramática,
e a leitura de suas entrelinhas revela toda uma falsa história…
… e a revisão desses conceitos nos lança a uma “coisa medonha”.
É a constatação de que estamos com um discurso “mais simples”,
em relação a esta questão,
e também “mais mortal”.

Percebo que a razão de nossa cegueira não está clara,
e que “ela” mal pode ser entendida
em nossa maçante vida humana cotidiana.
Estamos totalmente desprovidos de energia vital,
ímpeto, iniciativa, motivação, apetite moral, afeto
ou desejo de ética…
… estamos tão “sem” substâncias quanto fantasmas,
e tão passivos como zumbis.

Somos vulcões extintos!
A “Educação para o Trânsito”,
está sendo executada de forma tediosa e enganosamente simples…
… A ponto dos cursos, palestras e encontros,
ofertarem ao público nada mais que o
simples “piscar”
e o constrangedor “bocejo”.
Um legítimo “fogo frio”!
Mas,
ainda que tudo pareça ótimo,
não é.

Certos educadores,
inebriados pelo entusiasmo – bem sei -,
falam de coisas que podem parecer elucidativas,
e tentam convencer
de que podemos “parar” estas transgressões viárias dos automóveis nas cidades,
simplesmente abrindo os braços como “Jesus”.
Estas palestras estão a minar o verdadeiro diagnóstico…

Enganam a si mesmos e aos outros,
ao imaginar que “fazem” alguma coisa…
Resolvem de forma constante e glamurosa,
ao insistir que seus “erros”,
estão certos.

Como acontece com a maioria das lendas urbanas,
não é exatamente a verdade que está ali.
Falta-nos conceitos e atitudes primordiais…
Conceitos de moral,
ética,
cidadania,
responsabilidade e fraternidade – para citar apenas alguns -.

Tomando somente a cidadania,
ela deve ser como aquela cidade que nunca dorme…
… viva,
24 horas por dia, 7 dias por semana!
Mas,
os problemas são imensos…
…e não ficamos somente nisso.
Posso citar a mídia oficial
que passa poucas informações para a sociedade…
…e quando as passa,
são inundadas de distorções.

E aos que poderiam ter força para agir,
muitos “deles” não querem expor as fraturas do “poder público”,
contentando-se a espreguiçar,
na doce voz do vento.
Então nós cidadãos
devemos nos dar conta de que é uma nova época…
De observadores passivos da sociedade,
devemos passar a coreógrafos ativos
com insistente obsessão…
…Isto,
para que haja a permissão de começar
a resolver nossas diferenças e
nossas dificuldades.
E assim,
vamos por à prova os nossos recursos mais profundos de razão e compaixão.

Vivemos num mundo em que a vida que tantas pessoas lutam para preservar,
é rotineiramente extinta por meio dos ditos “acidentes de trânsito”…
E como daltônicos,
andamos por ai a querer localizar morangos vermelhos nos arbustos verdes…
Escolhemos desonrar uns aos outros,
e entramos na espiral descendente de agressividade e competividade violenta…
Qualquer um pode prever que
se não aprendermos,
a falar com uma única voz para preservar nosso modo de vida,
vamos continuar a morrer de forma precoce e catastrófica…
…Não de acidentes,
mas de “ignorância”
e de “imprudência”.
…”Ser cidadão não é um título.
Ser cidadão é saber,
o que se está fazendo…”.

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ACésarVeiga